sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Análise: Eu sou Malala - Malala Yousafza com Patricia McCormick

Devorei esse livro nessas minhas férias de Janeiro. Minha esposa achou esse livro na última bienal do livro, quase passou despercebido por min no dia, mas que bom que o compramos.
No início do livro Malala fala um pouco sobre seu dia a dia, das brincadeiras e jogos. Mesmo vivendo em uma cultura totalmente diferente da ocidental o que eu achei mais legal não foram as diferenças, mas sim as similaridades, como por exemplo a brincadeira de tocar a campainha dos vizinhos e correr, algo que eu também já fiz. No decorrer da narrativa o cenário de paz vai mudando graças a influência negativa causada pelo Talibâ e seus adeptos.
Outra coisa que achei muito interessante é seu relacionamento com seu pai, pois normalmente na sua sociedade os pais não teriam o mesmo orgulho de ter uma filha mulher, acredito que esse foi um dos fatores  determinante para o desabrochar de uma futura heroína.
Como professor lendo o livro senti um pouco de inveja dos professores da Malala, pois em meio a um cenário caótico que se tornou seu país, na sala de aula eles encontravam alunos dispostos a aprender com sede de conhecimento. Nos lugares que já trabalhei durante minha curta caminhada como educador (5 anos) não consegui achar nada parecido com isso por essas bandas, mesmo com alunos que não passaram nem pela metade do que ela passou e com várias possibilidades para estudar, "bolsas" e recursos áudio visuais.
Recomendo muito esse livro, principalmente porque ele mostra como a família e a educação são tão determinantes para a construção de uma população sadia e consciente de sua cidadania. Outro ensinamento passado pelo livro é que a religião não tem o poder de transformar o caráter de uma pessoa e como as pessoas oportunistas usam a religião para manipular as pessoas que não tem conhecimento.